quinta-feira, 23 de abril de 2009

MINHA TRAJETÓRIA LITERÁRIA

Sabe-se que o período de alfabetização é fundamental para a leitura. É nesse estágio que se começa a vislumbrar um bom leitor. Acredito que esse momento foi muito importante para mim. Comecei a conhecer o alfabeto com minha mãe, minha primeira professora, sou muito grato a ela por essa dupla função de professora e mãe.Ela mantinha uma escolinha em casa de fazenda com alunos de várias séries. Se esforçava muito para que nós aprendêssemos a ler. Quando mudamos para a cidade meus pais me matricularam na 2ª série, confesso que não foi fácil saltar do período elementar para a segunda série, por pouco não fiquei reprovado, mas... Sobrevivi, e assim conclui as séries iniciais. Entrando na 5ª série, o antigo ginásio, foi um momento de glória; naquele tempo quem conseguia chegar ao ginásio estava dando um grande passo em sua carreira enquanto estudante, era como se fosse o ensino médio hoje. E foi exatamente a partir da 5ª série que minha paixão pela leitura começou. Agora, um detalhe, a minha matéria preferida era Geografia. Gostava de ler mapas, regiões, cidades, países enfim tudo que estivesse relacionado a essa disciplina. Sempre fui um ótimo aluno e batalhava com afinco para tirar notas altas na matéria. Um dos meus hábitos preferidos era visitar regularmente a biblioteca. A liberdade que se tinha de pegar livros e devolver depois, despertou-me a curiosidade para ler livros literários. Lembro-me de duas obras que gostei bastante: Meninos de Engenho e Meus verdes anos, ambas do autor regionalista José Lins do Rego. Embora fosse uma leitura um tanto pesada para a série, lia assim mesmo. Com o tempo fui tendo contato com outros gêneros, tais como revistas, gibis e a Bíblia. Posso assegurar que o meu interesse pela leitura desde a base foi fundamental para o meu desenvolvimento enquanto ser social, acadêmico e profissional. Agora, por tudo que a leitura representa para mim, enquanto professor de Língua Portuguesa tenho a missão de incentivar meus alunos a também serem leitores para que no futuro possam ser cidadãos críticos e capazes de transformar a sociedade.

Um relato da minha experiência como educador

Comecei minha carreira docente trabalhando com alunos da 2ª série, quando lecionei por três anos. Vivenciei muitas experiências nesse período. Olhando pela ótica atual pude analisar que cometi alguns equívocos, já que nessa época, a escola era mais tradicional e não conhecíamos as concepções de hoje. Também tive muitas dificuldades para controlar os alunos; aspectos da afetividade e da autonomia ainda precisavam serem desenvolvidos na minha prática. Quando mudei da cidade que morava tive a oportunidade de trabalhar com ginásio (5ª a 8ª série) na disciplina de Língua Portuguesa. Esse novo momento foi muito importante para mim, porque instigou-me a estudar com mais profundidade a língua a fim de transmitir aos meus alunos. À medida que me aprofundava nos estudos mais interessado ficava; daí surgiu a necessidade de fazer um curso superior, assim fiz o vestibular para Letras na UNEB, passando em 20º lugar. Foi sensacional! Mais tarde fui convidado a dar aulas no Ensino Médio, no qual estou trabalhando atualmente, agora como professor concursado. Particularmente gosto muito de trabalhar com alunos desse nível, uma vez que em sua maioria já detém um conhecimento de mundo mais desenvolvido, portanto facilita o trabalho do professor. Já no Ensino Fundamental, prefiro trabalhar com EJA – Educação de Jovens e adultos. Mas como educador sou consciente de que tenho que estar preparado para encarar qualquer série, dentro da minha especialização, as dificuldades em uma outra série podem constituir em desafios, os quais preciso superar. Contudo, como profissional, não poderia deixar de mencionar as dificuldades econômicas que o docente enfrenta. No meu caso não foram poucas. Os salários percebidos eram muito irrisórios. Às vezes para ganhar um pouco mais tínhamos que extrapolar a nossa carga horária. Mas, graças a Deus e a educação vem mudando. É preciso que nós educadores continuemos acreditando na educação; não numa educação do vale tudo ou da permissividade, mas numa educação que possa mudar o cidadão, de fato, contribuindo, assim, para uma sociedade mais justa e igualitária.